Início » Empresários do Continente elogiam MIF

Empresários do Continente elogiam MIF

OS PARTICIPANTES da China continental NA fEIRA iNTERNACIONAL DE macau dizem que a região é uma “ótima plataforma” comercial com os países de língua portuguesa. nO QUE DIZ RESPEITO A OBSTÁCULOS AOS NEGÓCIOS, ESPERAM MELHORIAS NOS PROCESSOS DE IMPORTAÇÃO. 

Várias empresas chinesas participaram na Exposição dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) que decorreu em simultâneo com a Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa), mas que este ano, e pela primeira vez ,teve um espaço próprio numa área contígua à feira. Os empresários do Continente dizem que o evento e Macau têm ajudado a que a aproximação entre os mercados lusófonos e continental seja uma realidade. 

Bobby Chi, presidente da SE.SA International, distribui no Continente produtos brasileiros como leite em pó para adultos e alimentos ecológicos. “Promovemos produtos que faltam no mercado nacional. Os consumidores de classe alta têm gostos seletivos e querem comprar produtos saudáveis, mas desconhecem o Brasil. O objetivo da nossa empresa é dar a conhecer os produtos do país”, explica o empresário com agências em Hong Kong, Cantão e Hangzhou. 

Chi, que viveu no Brasil mais de 20 anos, diz que o desconhecimento e a “imagem limitada” que a população chinesa tem do país é o maior obstáculo à aceitação dos produtos brasileiros. O empresário refere que o Continente só vê o Brasil como a terra do futebol e da dança, e desconhece que  este também é um país agrícola com “ótimos produtos alimentares”. É com o objetivo de mudar essa imagem que o empresário vem a Macau e participa na MIF. “Usando Macau como plataforma para os países lusófonos, podemos promover mais rapidamente os produtos em todas as cidades nacionais. Também nos traz vantagens o facto de estas exposições em Macau serem bastante internacionais e de boa qualidade”, refere. 

A 22ª edição da MIF, que decorreu durante três dias no hotel-casino Venetian, voltou a dar destaque a Macau como intermediárias nas relações entre a China e os países de língua portuguesa.  

Além da exposição que acolheu empresas de mais de 50 países e regiões, também foram organizados seminários para promover as relações comerciais entre a China Continental e os territórios de expressão portuguesa como a 7ª Cimeira para o Desenvolvimento Comercial e Industrial da Província de Jiangsu, Macau e os Países de Língua Portuguesa.  

Xu Xinsheng, vice-diretor do Departamento de Promoção do Investimento de Donghai, considera que Macau tem cumprido bem o papel de plataforma para os países lusófonos. “Donghai encontrou aqui na MIF uma grande margem para a cooperação. O intercâmbio comercial entre Donghai e o Brasil é muito frequente”, exemplifica. 

Foi nos anos 80 que Donghai –  considerada a capital do cristal da China – começou a importar cristais do Brasil, sendo um dos negócios que alimenta o intercâmbio comercial entre a província de Jiangsu e os países lusófonos. 

Na MIF, Xu veio à procura de aumentar a cooperação, criar novas relações comerciais , e conhecer melhor as economias e mercados dos países lusófonos para fortalecer e estabelecer parcerias. 

Atualmente, as importações de cristais de Donghai atingem a quatro mil milhões de yuans. As várias empresas da região importam cristais naturais como matéria-prima do Brasil e de outros países lusófonos, estando o design, o processamento e a venda dos produtos a cargo de empresas chinesas. A Heng Yuan e a Zhishanfang de Desenvolvimento da Cultura do Cristal são algumas dessas empresas que transformam a matéria-prima importada em peças de joalharia. Toda a linha de produção tem mais de dois mil funcionários no Brasil. 

Chen Xuhui,  presidente da Heng Yuan, diz que as peças de cristal de Donghai já são vendidas em vários países. “Trazemos o cristal para Donghai e depois transformamos o material em joalharia e artesanato, que depois vendemos em todo o mundo. Macau permite-nos mostrar aos países lusófonos as peças culturais e artísticas que são criadas a partir dos cristais que exportam. Nesta exposição mostramos como aumentar o valor do cristal, dando-lhe uma forma mais artística.”  

Relativamente às dificuldades para investir em países lusófonos, Chen Xuhui fala das vias de importação e espera que sejam implementadas mais políticas que facilitem as trocas entre o Continente e os territórios lusófonos. 

O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação do espaço PLPEX, individualizado na MIF. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau decidiu individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF para reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, tal como tem sido incentivado pelo Governo central. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que estiveram representados na MIF deste ano.  

Kenneth Choi

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!