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Tradicionais lutam para manter o assento

Os candidatos com lugar na anterior legislatura fazem por renovar os votos, com promessas ao seu eleitorado habitual e a incluir a passagem do tufão Hato como tema de campanha. 

A cada quatro anos as eleições legislativas oferecem uma oportunidade aos que pretendem entrar na Assembleia Legislativa, mas também servem de avaliação dos atuais deputados. Mak Soi Kun, Zheng Anting, Ho Ion Sang, Wong Kit Cheng e Ella Lei, todos com fortes probabilidades de reeleição, têm mantido diversas atividades de campanha para segurar um lugar na próxima legislatura.

A União de Macau-Guangdong (lista 20), com dois deputados eleitos em 2013, realizou várias atividades de campanha, uma delas no Jardim de Iao Hon. O Iao Hon é um dos maiores bairros de Macau, e é o maior espaço da cidade no qual é permitida a realização de atividades de campanha. Os treze membros desta lista apresentaram o seu programa político no local, e cada um partilhou as suas ideias sobre o sistema de apoios sociais da região. Os apoiantes da lista também subiram ao palco, dando conta da ajuda que têm recebido dos candidatos face às suas dificuldades.

A União de Macau-Guangdong está centrada em questões relacionadas com a qualidade de vida, em particular na situação dos idosos e na assistência e segurança social. A lista acredita que, embora a economia esteja a desenvolver-se rapidamente e o Governo possua amplos fundos, muitos idosos de zonas como Iao Hon ainda vivem em bairros degradados, não podendo receber de volta aquilo que contribuíram para Macau. Mak Soi Kun, número um da lista, defende que os idosos devem desfrutar tranquilamente dos seus últimos anos, e, por isso, tem como prioridade no seu programa o aumento das pensões de reforma para pelo menos dez mil patacas mensais. 

A habitação é também uma das preocupações dos habitantes deste bairro. Para Zheng Anting, deputado nos últimos quatro anos, as políticas de habitação do Governo estão estagnadas. O número dois da lista espera que o Governo efetue uma avaliação científica, através do processamento de megadados atualmente em voga, para conhecer as necessidades dos cidadãos de Macau relativamente a diferentes tipos de habitação, aproveitar melhor os escassos recursos territoriais para aumentar a oferta de habitação, e resolver esta complicada questão social.

Se o Iao Hon é o maior bairro antigo,  o complexo de habitação pública de Seac Pai Van de Coloane é a maior zona de habitação pública, com residentes sobretudo de menores rendimentos, sendo assim uma zona-alvo privilegiada pelas listas eleitorais. Ho Ion Sang, atual deputado e número um da União Promotora Para o Progresso (lista 2) da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, deslocou-se ao complexo de Seac Pai Van para distribuir panfletos do seu programa político. Muitos residentes tomaram a iniciativa de cumprimentar o candidato que já serviu como deputado durante oito anos. Alguns aproveitaram a oportunidade para lhe comunicar alguns problemas.

Em declarações ao PLATAFORMA numa zona de lazer de Seac Pai Van, Ho Ion Sang falou sobre o seu trajeto na campanha eleitoral. O candidato referiu que muitos residentes apontaram problemas de oferta de habitação pública e de trânsito. Ho Ion Sang diz que a oportunidade de ouvir diferentes vozes na sua campanha pelas ruas constitui uma grande ajuda para a atividade de fiscalização do Governo. “Depois do tufão Hato, muitos residentes manifestaram o desejo de  ver resolvido o problema das cheias cortando o mal pela raiz. Sempre segui este assunto e irei dar a conhecer a minha opinião”, diz.  Para o deputado, o Governo deve ter um plano de estabilidade de longo prazo, não podendo continuar a recorrer a pequenos reparos e arranjos.

Wong Kit Cheng, aliada de Ho Ion Sang em 2013, candidata-se agora de forma independente pela primeira vez, lutando pela reeleição com a Aliança de Bom Lar (lista 11). Tal como sucede com muitas outras listas, a campanha no Iao Hon é uma das principais atividades de divulgação. No bairro que a viu crescer, Wong Kit Cheng, número um da lista, escolheu focar-se num tema que é alvo da atenção de todos: a economia. Para além dos dez membros da lista, também muitos apoiantes se juntaram à atividade.

Wong Kit Cheng cresceu no Edifício Pat Tat Sun Chuen, no Iao Hon, e pode dizer-se que a deputada e candidata testemunhou o desenvolvimento de toda a zona norte. “O desenvolvimento da RAEM é indissociável da economia. Apenas o desenvolvimento económico pode garantir o bem-estar e o emprego das pessoas. Estimular a economia da zona norte é uma via para a modernização urbana no local, mas o ritmo atual é muito vagaroso”, diz ao PLATAFORMA. “Prometo que se for eleita irei promover os planos de renovação urbana”, afirma. A candidata acredita que, embora o ambiente comercial da zona norte tenha melhorado, ainda existe margem para melhorar. Wong espera que no futuro, com o avanço da renovação urbana, as obras nas ruas da zona norte sejam aceleradas e a economia local seja estimulada.

Passando de deputada eleita pela via indireta a candidata sufrágio ao sufrágio direto, Ella Lei lidera a lista União Para o Desenvolvimento, substituindo Kwan Tsui Hang. Para além de desejar a reeleição, desta vez com o voto dos eleitores, Ella Lei também está a lutar pela eleição do seu número dois, Leong Sun Iok. A lista organizou uma conferência de imprensa de apresentação do programa político, contando também com a presença da atual deputada Kwan Tsui Hang, que está prestes a abandonar o cargo.

Esta lista da Federação das Associações dos Operários de Macau tem como tema central de programa a estabilidade e a satisfação na vida e no trabalho, abrangendo questões de emprego, habitação, planeamento urbano, proteção ambiental, responsabilização de dirigentes e desenvolvimento das redes de transportes. Ella Lei afirma que nos últimos quatro anos os Operários têm tratado de milhares de casos dos residentes, e defende que a forma mais eficaz de melhorar o mercado de trabalho e a legislação laboral é indo diretamente à fonte, isto é, melhorando as políticas e a base legislativa.

Numa campanha que sucede à passagem do tufão Hato, também os Operários incluem o tema no programa. “No futuro, irei continuar a lutar pelo melhoramento das medidas de segurança e apoio aos trabalhadores em caso de sinal nº 8, fazendo os possíveis para que sejam dispensados do trabalho e garantindo a segurança daqueles que têm de trabalhar”, promete Ella Lei. “Também irei lutar pela resolução da questão de folgas sobrepostas e pelas licenças de paternidade”, junta. 

O setor comercial tem vindo a fazer ouvir os seus pedidos para a autorização da contratação de motoristas não-residentes. Ella Lei diz que a sua lista irá continuar a insistir na não-autorização da importação mão-de-obra para os lugares de crupiê, supervisor de casinos, e motorista profissional, continuando a lutar por mais formação profissional remunerada e por uma melhoria do sistema de importação de mão-de-obra. Nos cargos de gestão, em particular, defende a candidata, a importação de trabalhadores deve limitar-se ao preenchimento de posições temporárias. 

Mak Soi Kun_Y3A8355Wong Kit ChengElla Lei

Kenneth Choi

 

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