Hotel “The 13” com pré-abertura em Julho

por Arsenio Reis

Ainda não abriu e já correm críticas ao processo de contratação. O hotel de luxo “The 13” deveria ter entrado em funcionamento no primeiro trimestre, mas continua fechado. Numa sessão de recrutamento realizada ontem, foi indicado aos candidatos que haverá uma pré-abertura do espaço em julho e que se espera que o empreendimento seja oficialmente inaugurado no fim do ano. Entretanto, o Governo garante não haver qualquer pedido para abertura de um casino no espaço.

O hotel de luxo “The 13” — anteriormente conhecido por Luís XIII — deveria abrir portas   no primeiro trimestre do ano, segundo o último relatório da empresa. Não só continua por inaugurar, como há críticas a circular na Internet, aludindo sobretudo à lentidão dos processos de contratação. Numa sessão de recrutamento, realizada ontem, funcionários do grupo indicaram aos candidatos que haverá uma pré-abertura em julho.Quanto à possibilidade de ali se instalar um casino, a Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) referiu ainda não haver qualquer pedido.

Localizado entre o Cotai e Coloane, em frente ao complexo de habitação social de Seac Pai Van, o “The 13” tem sido identificado como o hotel mais luxuoso do mundo com preços por quarto que podem ascender a mais de sete milhões de dólares norte-americanos. 

Terá 200 suites com uma área que vai até 30 mil pés quadrados, além de serviço de mordomo 24 horas por dia disponível para cada quarto e uma frota de Rolls-Royce Phantoms para transportar os hóspedes. O orçamento deste hotel-palácio inspirado no período barroco ascende a 1,4 mil milhões de dólares norte-americanos. 

De início, previa-se que abrisse no final do verão de 2016, mas, no fim do ano, Stephen Hung e Peter Lee Coker Jr, copresidentes do grupo The 13 Holdings, avançaram com uma nova data, num comunicado em que também deram a conhecer o conteúdo do relatório interno da empresa: “O ‘The 13’ está perto da conclusão e encontra-se, neste momento, submetido a um processo de inspeções realizadas pelo Governo, e esperamos que abra no primeiro trimestre de 2017”. Nesse mesmo documento, a empresa assegurava que, no final de setembro, tinha já procedido à contratação de mais de 300 funcionários para as operações do hotel. 

Numa página da rede social Facebook intitulada Grupo de Ouro de Macau (numa tradução livre do chinês), com mais de 100 mil seguidores, onde os utilizadores locais participam na discussão de assuntos da cidade, o “The 13” era referido num texto publicado em 22 de maio de 2017. Uma utilizadora perguntava: “Alguém já assinou contrato com o ‘The 13’? Alguém recebeu a confirmação por telefone de que iria começar a trabalhar em junho, mas ainda não assinou contrato?” Seguem-se dezenas de comentários de outros utilizadores, inquirindo e especulando sobre a “possível não autorização para ter jogo”, além dos atrasos na abertura. 

Um dos participantes na conversa diz, indignado, que perdeu tempo no processo de recrutamento, explicando: “Organizaram uma sessão porque queriam recepcionistas. Participei e disseram-me que, por ainda não haver autorização para ter jogo, ainda não estavam a contratar.” 

Outro utlizador refere: “O ‘The 13’ já recrutou os cozinheiros estrangeiros, que, por enquanto, não têm nada para fazer — vão para o escritório, brincam com o telemóvel e esperam sair do trabalho. Entretanto, continuam a receber o salário.” 

Na página da rede social Linkedin do “The 13”, há um anúncio com a data de 14 de junho, em chinês, requerendo “talentos locais” para a “equipa de pré-abertura”, referindo duas sessões de recrutamento em 14 e 15 de junho, entre as 10h e as 17h. O primeiro dia está direcionado para o setor da restauração, departamentos de engenharia e de operações, enquanto o segundo dia tem vagas para o L’Atelier – um espaço onde os hóspedes podem comprar alta costura e edições limitadas de produtos de luxo –, bem como para os departamentos financeiro e de segurança. Segundo a informação publicada na mesma rede social, houve processos de recrutamento também em fevereiro, março, abril e maio. 

Incertezas em relação ao jogo

A empresa que detém o empreendimento referiu no passado a intenção de instalar um casino com mais de 60 mesas, mas nos relatórios mais recentes da The 13 Holdings não há qualquer menção à existência de instalações ligadas ao jogo nesse espaço. Às várias perguntas do PLATAFORMA sobre o recrutamento de trabalhadores, a data de abertura e a possibilidade de haver uma concessão para operar um casino, o “The 13” respondeu “não ter nada a acrescentar”.

A Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ), num e-mail em 6 de Junho endereçado ao PLATAFORMA, referiu que não há qualquer pedido por parte das concessionárias de jogos para abertura de um casino naquele local.

O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, afirmou aos jornalistas não haver restrições legais ao funcionamento dos casinos em Coloane. E acrescentou que quaisquer pedidos por parte das atuais operadoras seriam avaliado com base nas regras existentes e nos planos do Governo para a área.

A Direção dos Serviços de Turismo informou ainda este jornal que “os procedimentos de licenciamento ligados a este hotel e aos estabelecimentos relacionados continuam em andamento”, enquanto a Direção para os Assuntos e Serviços Laborais referiu não ter recebido quaisquer queixas de trabalhadores. 

Luciana Leitão

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!