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Comércio livre uma forma de promover a prosperidade global

A conferência anual do Fórum Boao da Ásia foi realizada em Boao, Hainão, focando-se na “Globalização e Comércio Livre: As Perspetivas Asiáticas”, decorrendo de 23 a 26 de março de 2017.

O presidente Xi Jinping enviou uma mensagem para expressar apoio à globalização e ao comércio livre, assim como à responsabilidade do país em promover o desenvolvimento inclusivo e mutuamente benéfico para todas as nações.

O vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli proferiu o discurso de abertura, expondo claramente a atitude e abordagem da China em relação ao comércio livre na Ásia e no resto do mundo através de cooperação bilateral e também multilateral, apesar da atual dificuldade na economia global, da atitude antiglobalização com o Governo norte-americano de Trump e da incerteza na Europa, onde o Reino Unido iniciou formalmente o seu processo de dissociação da UE.

A economia asiática resistiu e sobreviveu à crise financeira da Ásia por volta do final do século XX e à crise financeira global iniciada pela crise do crédito subprime dos EUA em 2007-2008. Na sequência da mais recente crise, a maioria das economias asiáticas, particularmente a China, a Índia, o Vietname e a Coreia do Sul, tem demonstrado uma forte resiliência à crise. Em 2016, as economias asiáticas contribuíram para cerca de metade do crescimento económico mundial, e só a China representou mais de 30 por cento.

Para a Ásia e para a China, as crises financeiras asiática e mundial foram duas espadas de dois gumes. Por um lado, as crises abrandaram o seu desenvolvimento económico. Por outro lado, estas economias tornaram-se mais maduras e resistentes a extremos choques externos. Em particular, as desigualdades relativas de rendimento entre os países ocidentais ricos e as economias asiáticas em desenvolvimento diminuíram marcadamente nas últimas duas décadas.

Em retrospetiva, o sucesso económico da Ásia exemplificado pela extraordinária expansão económica da China durante quase quatro décadas teria sido impossível sem a globalização e o comércio livre. A China abriu pela primeira vez amplamente as suas portas a partir da famosa “viagem ao sul” de Deng Xiaoping em 1992, dando as boas vindas a investidores estrangeiros e absorvendo enormes quantidades de capital estrangeiro assim como know-how para melhorar significativamente as suas capacidades de fabrico e exportação.

Uma década mais tarde, a China juntou-se à Organização Mundial do Comércio em 2001. Na década seguinte, apesar da crise financeira global, as exportações do país cresceram mais de 20 por cento por ano durante 13 anos consecutivos até 2014, fazendo da China a maior nação comercializadora de produtos básicos e a maior nação produtora no sistema económico mundial.

A China, não podendo esquecer o benefício da globalização, não hesitou em ajudar outros países a fazerem o mesmo. Há dez anos, a China era praticamente desconhecida no que toca a saídas de capital. Contudo, em 2016 era já o segundo maior investidor noutros países. Mesmo os Estados Unidos, a UE e o Japão beneficiaram dos investimentos estrangeiros diretos da China.

Se o Governo de Trump se preocupa com o emprego e o fabrico nos Estados Unidos, então o país não deve ignorar o facto de que o comércio bilateral entre a China e os Estados Unidos alcançou 519 biliões de dólares no ano passado. As exportações de gama alta dos Estados Unidos para a China e as numerosas instalações industriais na posse das maiores empresas multinacionais norte-americanas são igualmente importantes para a estabilidade dos empregos de inúmeros trabalhadores americanos.

Os consumidores norte-americanos também beneficiam enormemente das exportações da China. Em média, cada cidadão norte-americano consegue poupar 860 dólares em excedente de consumidor através da compra de produtos ‘made in China’ em vez de produtos feitos noutras partes do mundo.

A China promove a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” desde 2013. O país cooperou com mais de 100 nações menos desenvolvidas ao longo da faixa e rota. Em 2016, o volume do comércio entre a China e os países abrangidos pela iniciativa alcançou quase um bilião de dólares, e a importância destes países para as exportações e investimento da China tem vindo a aumentar visivelmente nos últimos três anos.

A liderança chinesa de Xi acredita firmemente que a China foi ajudada pela globalização e pelo comércio livre, e é agora a sua vez de ajudar tantos países quanto possível para promover a prosperidade global através do comércio e do crescimento inclusivo.

Em resposta a esta política nacional, a China participou ativamente em muitos diálogos e fóruns multilaterais, incluindo o Fórum Boao que se realiza de forma permanente numa bela cidade à beira mar na ilha de Hainão. O próprio Xi Jinping já participou algumas vezes no fórum e as suas mensagens pessoais têm sido consistentes, nomeadamente referindo que a China continuará a sua política de abertura e fará o seu melhor para ajudar não só as economias avançadas que foram atingidas fortemente pela atual crise financeira global, mas também as nações menos desenvolvidas na Ásia, África e outras partes do mundo para promover a prosperidade comum através do comércio livre e outras formas de intercâmbio.

Nos primeiros dois meses de 2017, o comércio externo da China expandiu-se 20,6 por cento, com as exportações a crescerem 11 por cento e as importações 34,2 por cento. Esta é a primeira vez nos últimos três anos que a China atravessa um crescimento tão grande no comércio externo. Em particular, é também a primeira vez que a China enfrenta um grande défice comercial durante o mesmo período, significando que a China está a promover o comércio livre não só através da sua manifestação de interesse mas também através das suas ações concretas.

‭ ‬Yao Shuijie*

* Professor de Economia na Universidade de Chongqing e na Universidade de Nottingham

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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