China está no bom caminho

por Arsenio Reis

Transparência na política fiscal e monetária a “reforçar a confiança”.

A China já se apercebeu da importância crucial da comunicação, e o mundo irá assistir a uma maior transparência e clareza nas tomadas de decisão do país, de acordo com o presidente do Banco Mundial.

“Encontrei-me com o Primeiro-ministro Li Keqiang na quarta-feira [24 de fevereiro], e ele afirmou que tinham percebido a importância da comunicação”, disse Jim Yong Kim à margem da reunião de dois dias do G20 em Xangai, a 26 de fevereiro.

“Existe muita suspeita quanto ao facto de existirem coisas a acontecer, mas sem a comunidade global ter a certeza da sua razão de ser. […] O facto de explicar exatamente qual é a intenção, em termos de política fiscal, política monetária, estado da reforma estrutural, esse tipo de comunicação fará muito para dissipar as dúvidas.”

Tal comunicação é essencial na questão da taxa de câmbio, afirma, referindo-se a uma questão que captou a atenção global durante a reunião de chefes de bancos centrais e ministros das finanças.

Kim citou a recente comunicação por parte de Zhou Xiaochuan, governador do Banco Popular da China, como demonstração do progresso do país.

“A maior questão relativamente ao renminbi é que as pessoas receiam não conhecer a forma como as decisões estão a ser feitas”, refere o presidente do Banco Mundial. “Agora Zhou está a vir a público e a dizer que têm em vista um cabaz de moedas e estão a tomar decisões com base na relação do yuan com um cabaz de moedas.”

“A China está em muito bom caminho. Zhou está a comunicar, está até a comunicar em inglês, o que acho muito importante. Aquilo a que iremos assistir será uma maior transparência.”

A importância da comunicação também se aplica à economia chinesa, acrescenta.

“Os líderes chineses dizem que se vão afastar de uma estratégia com base no investimento e exportação a favor do consumo e serviços. Isso está a acontecer. A China está a adotar reformas no setor financeiro, no hukou [registo de residência] e na saúde. Estamos a trabalhar com eles nestas reformas, por isso estamos muito mais otimistas relativamente ao que está a acontecer aqui do que alguns observadores externos.”

Contudo, Kim diz que é fundamental para a China “manter o impulso da reforma estrutural” e continuar a comunicar de forma frequente e abrangente.

Kim revelou que durante a sua reunião com o primeiro-ministro, Li discutiu a forma de promover os novos motores económicos da China. “Essa é a sua prioridade. Ele quer pensar em todas as diferentes formas como a China poderá crescer no futuro.”

Kim afirma que o Banco Mundial teve todo o prazer em receber de Li a tarefa de realizar um terceiro relatório sobre recomendações políticas na China relativamente à sua reforma da saúde. O banco efetuou anteriormente dois estudos com um think tank chinês sobre a estratégia de crescimento e urbanização da China até 2030. Ambos suscitaram um amplo debate.

Comentando sobre a cooperação do Banco Mundial com o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Kim diz que a sua organização irá cofinanciar projetos. O presidente do Banco Mundial saudou a adoção do multilateralismo por parte da China e acrescentou que o mundo espera uma maior liderança chinesa. ‭ ‬

Zheng Yangpeng

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