Encontro construtivo

por Arsenio Reis

É compreensível que apenas uma breve reunião dificilmente consiga algo de significativo ou resolva grandes questões. Contudo, o facto de os representantes da oposição de Hong Kong terem aceitado o convite e se terem reunido com o líder estadual Zhang Dejiang no dia 18 é já algo digno de celebração.

Após o pacote de reformas eleitorais proposto pelo governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong ter fracassado em junho do ano passado, muitos membros da oposição têm permanecido agitados e expressado o seu cinismo sobre quase tudo o que o governo tem feito na RAE. Alguns dos seus membros mais jovens têm chegado a entregar-se ao extremismo político e a ilusões de que será feita a sua vontade.

A participação de quatro legisladores de Hong Kong representando os principais grupos políticos da oposição na reunião do dia 18 com Zhang, o responsável pela liderança do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo e pela supervisão de Hong Kong, sugere o regresso bem-vindo da razão e do pragmatismo dentro da oposição, pelo menos no que diz respeito à sua corrente principal.

Isto é de importância fundamental para a resolução de quaisquer controvérsias em questões da RAE, particularmente aquelas que afetam o seu futuro desenvolvimento.

Apenas através da razão e do pragmatismo poderão os membros da oposição de Hong Kong exercer uma discussão construtiva sobre qualquer questão envolvendo o futuro da RAE.

Mais importante ainda, ao demonstrarem vontade de comunicar e apresentar as suas opiniões sobre questões importantes envolvendo o futuro desenvolvimento de Hong Kong ao principal legislador, os líderes da oposição reconheceram que as autoridades centrais em Pequim fazem também parte do sucesso de Hong Kong, região sobre a qual possuem direitos constitucionais e responsabilidade de acordo com o princípio de “Um País, Dois Sistemas”.

Indubitavelmente, um encontro com Zhang constitui uma ótima oportunidade, à luz de quaisquer padrões, para que apresentem às autoridades centrais as suas opiniões sobre questões locais.

Afinal de contas, existirá melhor via ou oportunidade para esse fim do que uma conversação direta com a principal autoridade responsável pelos assuntos constitucionais do país?

Poderá não ter havido tempo suficiente para os participantes apresentarem todos os seus assuntos durante a reunião de 40 minutos, mas trata-se de um bom começo no sentido em que abre uma nova via de comunicação entre as autoridades centrais em Pequim e a oposição em Hong Kong.

Espera-se que a reunião traga um maior diálogo capaz de unir Hong Kong na construção de um futuro comum.

Editorial

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