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Júlio Costa * – A TERRA DAS OPORTUNIDADES

 

Talvez este seja um aspeto secundário em torno do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo. No entanto, vale a pena uma breve visita ao site eBay e fazer uma pesquisa por Charlie Hebdo. O que se verificará é certamente secundário porque ninguém morre por isso, no entanto, dá mostras do oportunismo e dos fatores de valorização do mercado, particularidade do mundo ocidental: a quantidade de merchandising a ser posto à venda está a subir em flecha, tal como o preço de alguns números do jornal em que o tema é o islamismo.

Ou seja, dentro de um acontecimento lamentável, que é sempre em qualquer parte do mundo a morte de alguém, há quem veja a oportunidade de ganhar com isso. Este oportunismo de mercado levado a larga escala rompendo com as fronteiras do ocidente é, talvez, o que tenha levado à maior parte das guerras que ainda hoje se vivem.

Nada como mortes no ocidente para unir opiniões contra o “exterior”, mas não esqueçamos com isto o verdadeiro valor que a vida tem, em qualquer parte do mundo. Lembremo-nos e aprendamos com este atentado ao nosso conforto, as vidas que cessam devido à guerra em qualquer parte deste mundo e o desconforto dos demais. Lembremo-nos que tal como os membros da redação do Charlie Hebdo deixaram filhos, mães, pais, tios, avós, também no resto do mundo todos os dias as guerras deixam mães sem filhos, avós sem netos, tios sem sobrinhos, filhos órfãos, etc.

A morte no ocidente por membros “exteriores” une a opinião. Mas a opinião deveria unir-se e romper fronteiras para acabar com qualquer morte. O verdadeiro valor da liberdade de expressão é a potencialidade de cortar o mal pela raiz e melhorar um bocadinho o mundo em que se vive.

 

*P3/Plataforma Macau

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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