“Tivemos a oportunidade de exprimir-lhe os contornos e os objetivos e o programa dessa candidatura e, claramente, também pedir o apoio dele, pessoalmente e de Moçambique, para este projeto de presidir a esta instituição continental da maior importância”, disse Jorge Tolentino, na qualidade de enviado do Presidente cabo-verdiano, no final de uma audiência concedida por Filipe Nyusi, em Maputo.
O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde disse que o pedido vai agora ser ponderado pelo Presidente moçambicano, mas acredita que vai dar uma “resposta favorável”, lembrando que, no grupo dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) já existe um apoio expresso ao nível dos chefes da diplomacia.
“O nosso desejo é que esse apoio seja reforçado a um nível mais superior, designadamente chefes de Estado”, frisou o enviado do Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.
As eleições para a presidência do BAD, atualmente liderado pelo ruandês Donald Kaberuka, decorrem a 28 de maio e, além de Cabo Verde, através da ministra das Finanças, Cristina Duarte, concorrem outras sete candidaturas, oriundas do Chade, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa, Tunísia e Zimbabué.
Jorge Tolentino referiu que, no espaço da CEDEAO (Comunidade dos Estados da África Ocidental), também integrado por Cabo Verde, já existem quatro candidatos e que a orientação da organização é de que “todos devem fazer o seu caminho”, na medida em que vinculam países, “mas também uma forte componente pessoal, ou seja interessa o perfil e a capacidade de cada um”.
Após o encontro de Maputo, Jorge Tolentino disse ser portador de uma mensagem de abertura para o reforço das relações entre os dois países, num momento em que Filipe Nyusi está a iniciar funções, expressando também solidariedade “neste período difícil das calamidades naturais em Moçambique”, referindo-se às cheias que já mataram pelo menos 159 pessoas.
Filipe Nyusi tomou posse a 15 de janeiro como o quarto Presidente de Moçambique, tendo Cabo Verde sido representado na cerimónia de investidura pelo seu embaixador em Luanda.
Cabo Verde não tem embaixada em Maputo, mas hoje Jorge Tolentino admitiu a abertura de uma representação em breve.
“Já tivemos uma representação aqui e o nível de entendimento e de relacionamento que existe entre os dois países aconselha a que, no futuro próximo, venhamos a ter uma presença permanente em Maputo”, declarou.
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