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JOVENS EMPRESÁRIOS DE MOÇAMBIQUE EXPLORAM OPORTUNIDADES NA CHINA

 

A Câmara do Comércio Juvenil de Moçambique, criada em maio, participou pela primeira vez numa missão empresarial ao exterior, que teve a China como destino, para detetar oportunidades de negócio para os jovens empresários moçambicanos.

 

Sediada na avenida Mao Tse Tung, em Maputo, a Câmara do Comércio Juvenil de Moçambique, que representa já cerca de 20 empresários com idades entre os 18 e os 40 anos, escolheu precisamente a China para a sua primeira missão ao exterior. Seis membros participaram recentemente na Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) e integraram uma ação da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) que incluiu visitas à província de Guangdong e ao norte do país.

“Em agosto, na Feira Internacional de Maputo (FACIM), conhecemos o presidente da AJEPC, que nos convidou para virmos aqui trocar experiências com este mercado, que é um dos maiores do mundo”, explicou o presidente da Câmara moçambicana, Baraka Mulémbwè, em declarações ao Plataforma Macau, durante uma deslocação a Shenzhen.

A participação na MIF “foi muito útil para estabelecer contactos” e, em Macau, a delegação moçambicana presenciou a inauguração do primeiro consulado-geral de Moçambique no território. A visita à China tinha também “objetivos empresariais, no sentido de detetar oportunidades para importação e exportação de produtos”.

“Conhecíamos este mercado, mas à distância, por isso, viemos aqui para conhecer a cultura, saber como interagir com as pessoas, cativar os chineses a levarem os seus recursos para o nosso país e para também descobrirmos as necessidades que a própria China tem”, apontou Baraka Mulémbwè.

A secretária-geral da Câmara do Comércio Juvenil moçambicana, Wilma Gonçalves, constatou, durante a visita à China, que os “próprios chineses já sabem o que Moçambique pode fornecer” ao realçar que, assim, “é muito mais fácil encontrar plataformas que ajudem a estabelecer uma ligação mais direta com a Câmara”.

Eude Tsamba, empresário e membro da Câmara Juvenil moçambicana, salientou a existência de “um forte potencial de Moçambique para exportar produtos como marisco, madeira e castanha de caju”. “Muitos moçambicanos produzem este tipo de produtos, mas não conseguem encontrar mercado e nesta vinda à China encontrámos mercado e o nosso trabalho é precisamente esse, o de servir de ponte entre a necessidade e a oferta”.

A participação da Câmara do Comércio Juvenil de Moçambique na missão empresarial da AJEPC na China decorre de protocolos assinados entre as duas associações, um para a área das relações internacionais e outro para o setor da agropecuária.

De acordo com Baraka Mulémbwè, a Câmara moçambicana, em parceria com a AJEPC, prevê organizar, entre o fim deste ano e o início de 2015, uma exposição e prova de produtos portugueses em Maputo.

 

DESENVOLVER O INTERIOR

A Câmara do Comércio Juvenil de Moçambique foi criada com o objetivo de “criar um ambiente saudável de negócio para os jovens moçambicanos, através da criação de plataformas para oportunidades em todos os setores de atividade”. O presidente, Baraka Mulémbwè, apontou que a associação pretende, assim, estimular e apoiar o empreendedorismo entre os jovens moçambicanos, nomeadamente no interior do país, de modo a contribuir para o desenvolvimento das zonas rurais de Moçambique.

“A maior parte dos jovens das zonas rurais vai para as cidades quando termina o ensino secundário”, constatou o responsável ao salientar que a Câmara quer “evitar ou diminuir esse movimento migratório e desenvolver essas áreas do interior do país, pois é onde está concentrada a produção”.

“Os distritos são os polos de desenvolvimento, esse é o nosso lema, pois temos 144 distritos e 11 capitais provinciais e tentamos levar o nosso know-how até lá em vez de os jovens irem para as cidades”, sublinhou Baraka Mulémbwè. A Câmara do Comércio Juvenil procura então ajudar os jovens nos distritos a desenharem planos de negócio, nomeadamente através de gestores de projetos, para acederem aos fundos públicos disponíveis e tem estabelecido, neste sentido, protocolos com empresas para oferecer assessoria técnica aos seus membros.

“Procuramos facilidades para os jovens desenvolverem os seus negócios e vamos representar os seus interesses junto do Governo, pois 67% da população moçambicana tem entre 18 e 35 anos e sem essa força, até podemos andar, mas não vamos muito longe”, defendeu Baraka Mulémbwè.

Atualmente com membros de áreas diversas como a agropecuária, construção civil e marketing, a Câmara do Comércio Juvenil moçambicana explora as áreas que revelam maior potencial para o investimento no país.

“A área da alimentação é muito forte, porque todos precisamos de comer, portanto, a produção e bens alimentares para Moçambique e para exportação é um dos nossos pontos fortes”, salientou Eude Tsamba ao constatar que, por outro lado, “a área do gás natural e dos recursos minerais são as que se apresentam maior capacidade de atrair o investimento de empresas globais”.

Moçambique é o quarto parceiro comercial da China na lusofonia.

 

Patrícia Neves

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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