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CANTOS DO MAR À CONQUISTA DA CHINA

 

O projeto musical Cantos do Mar esteve cerca de 16 anos na “gaveta”, mas há quatro meses ganhou um novo fôlego e foi na China que fez as suas primeiras apresentações fora de Portugal. O grupo regressou a casa com convites para atuações do oriente a África.

 

Foi para fazer frente ao desemprego há cerca de 16 anos que Pedro de Faro, ex-baixista dos UHF, com uma carreira musical com três décadas, idealizou um projeto inspirado no fado e na música popular portuguesa, que se revelou “à frente do seu tempo”.

“Comecei a compor, gravei em casa uma maquete com os instrumentos todos, mas o projeto não teve saída porque não havia muita compreensão, pois não era bem fado, e o mercado não o conseguia rotular”, recordou em declarações ao Plataforma Macau.

Com poesia da irmã Margarida Faro, que é escritora, os Cantos do Mar ainda ganharam várias vozes entre 2008 e 2012, mas voltaram a ficar guardados na “gaveta”.

Depois de alguns anos de turbulência na sua carreira, Pedro de Faro, que foi diretor de produção da Orquestra Sinfónica Portuguesa no Teatro Nacional de São Carlos e esteve ligado à produção de espetáculos da Câmara Municipal de Oeiras, optou por se dedicar ao ensino, mas quatro anos depois a música voltou a chamá-lo.“Nas comemorações do 1 de Dezembro do Palácio da Independência, em Lisboa, fui convidado a participar e o pai da Catarina Almada [hoje vocalista do grupo] desafiou-me a cantar com ela. Entendemo-nos bem e ela mostrou-se muito interessada no projeto”, explicou.

O músico angariou outros músicos e “antes do verão a banda já estava formada”.

O projeto Cantos do Mar, com nove membros, apresentou-se publicamente em julho, divulgou um vídeo de promoção no YouTube e “inesperadamente começou a ter uma aceitação enorme”. Sem ter ainda qualquer álbum gravado, o grupo recebeu da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) o primeiro convite para se apresentar fora de Portugal. Na Feira Internacional de Macau e na China continental, onde acompanhou depois uma missão empresarial lusófona, o grupo ganhou confiança com a recetividade dos chineses.

“Uma das coisas que me entusiasma não tem sido só a viagem e a experiência, mas o facto de os chineses parecerem também gostar muito da lusofonia, mesmo não percebendo praticamente nada do que dizemos, mas vê-se que gostam do nosso espírito”, constatou Pedro de Faro à margem de uma apresentação na cidade de Shenzhen.

Ao constatar que o projeto “de repente levantou voo com a força, a voz, a frescura e juventude de Catarina Almada”, o compositor e produtor do Cantos do Mar defende que o grupo tem tudo para vencer. “Já temos convites para Taiwan, para Moçambique e para regressar a Macau e penso que isto é o prenúncio de uma grande aventura”, afirmou Pedro de Faro.

 

Patrícia Neves

 

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