RUI MOREIRA QUER RELANÇAR GEMINAÇÃO COM MACAU

por Arsenio Reis

 

O presidente da Câmara do Porto admitiu que a geminação com Macau assinada nos anos 1990 não está a funcionar e disse que não entendia a razão da segunda cidade portuguesa estar fora dos vistos gold.

 

Rui Moreira já veio “mais de 20 ou 30 vezes” a Macau mas, agora, pela primeira vez, chegou na função institucional de presidente da Câmara do Porto, com a qual a RAEM tem um acordo de geminação que data dos anos 1990.

“O acordo não tem sido devidamente explorado, por nossa culpa”, reconheceu Moreira, durante uma conversa com jornalistas, na quarta-feira, o último dia de uma visita de seis dias que fez ao delta do rio das Pérolas. Para o relançamento da parceria, o autarca diz esperar que o chefe do executivo da RAEM, Fernando Chui Sai On, aceite o convite para incluir a segunda cidade do país na visita que, provavelmente, na próxima primavera, efetuará a Portugal.

“Gostaríamos que fosse ao Porto. Penso que há uma legítima expetativa da nossa parte em que ele possa ir”, disse. Em concreto, Rui Moreira apontou as indústrias criativas, o turismo e a reabilitação urbana como áreas de interação entre os dois espaços, considerando que Macau é um território “muito fértil para o aprofundamento das ligações” entre a China, Portugal e a lusofonia.

 

VISTOS GOLD E CAVACO

No mesmo encontro, Rui Moreira manifestou desagrado com a iniciativa de concessão dos chamados vistos gold em troca de investimento estrangeiro, lançada pelo governo português, para aumentar a entrada de capitais no país.

Nos últimos dois anos, o programa rendeu a Portugal mil milhões de euros, segundo disse na última semana o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, em declarações ao Plataforma Macau. Grande parte dessa receita foi oriunda de investidores chineses.

“O Porto tem sido esquecido. É um programa dirigido particularmente para Lisboa e o Algarve, mas não chegou ao Porto, por razões que não sei explicar”, acusou o presidente da Câmara do Porto.

Já sobre as suas recentes declarações, de que o Presidente português, Cavaco Silva, “tem tido dificuldade em interpretar as inquietações dos portugueses”, Rui Moreira recusou elaborar mais sobre o assunto, argumentando com o facto de estar fora do país, mas sempre foi dizendo: “Exprimi uma opinião livre, não vim para a política para me amordaçar”.

Mais de “20 ou 30” vezes depois, em nova visita a Macau, onde não vinha há anos, Rui Moreira olha para cidade, como um exemplo.

“O que aconteceu em Macau é extraordinário. É uma cidade que não se resignou com o seu tamanho, qualquer dia, está do tamanho do Porto”, disse.

 

Luís Andrade de Sá

 

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!