ASSOCIAÇÃO SÃO TOMENSE QUER ATRAIR EMPRESÁRIOS PARA MACAU

por Arsenio Reis

 

A pequena comunidade de São Tomé e Príncipe começou a chegar a Macau por volta dos anos 70 do século passado e adaptou-se “perfeitamente” ao pequeno território. Em entrevista ao Plataforma Macau, António Costa, Presidente da Associação de São-tomenses e amigos de São Tomé e Príncipe Macau-China lamenta, no entanto, que não haja uma massa empresarial com presença na RAEM. “Nós gostaríamos de criar mais atividades para atrair empresários são-tomenses para Macau e vice-versa”, nota o responsável.

 

PLATAFORMA MACAU Poderia traçar um perfil da comunidade são-tomense em Macau?

ANTÓNIO COSTA – Em termos de membros da associação, somos cerca de 30 são-tomenses, incluindo os juniores e os seniores. Depois temos também os amigos de São Tomé e Príncipe e os que, não sendo são-tomenses de raiz, têm grande afinidade com o país. Somando tudo isso, somos cerca de cem membros.

Em relação à atividade que cada um desempenha, são várias. Alguns trabalham na privada e também nos serviços públicos, que é o meu caso. A Associação dos São-tomenses e Amigos de São Tomé e Príncipe inclui também estudantes que estão na Universidade de Macau. Neste momento temos cinco estudantes, todos a fazer curso de Direito. No grupo de são-tomenses que estão na privada, temos médicos e gestores, por exemplo. No setor público trabalham arquitetos, psicólogos, juristas, e por aí fora.

 

P.M. Quando começaram a chegar os são-tomenses a Macau? 

A.C. – A data exata não posso precisar. Vieram por várias razões, uns começaram a chegar nos anos 70, se não me engano. Houve também quem tenha estudado em Pequim, outros vieram para Macau estudar e acabaram por ficar. A vinda dos são-tomenses para Macau não se processou apenas por um ou outro canal, mas são vários canais e são várias as razões, aquelas que apontei e outras que talvez eu desconheça.

 

P.M. E há empresários de São Tomé e Príncipe a fazer negócio em Macau?

A.C. – Não, ainda não. Infelizmente ainda não temos uma massa empresarial são-tomense em Macau. Nós gostaríamos de criar mais atividades para atrair empresários são-tomenses para Macau e vice-versa, mas no que diz respeito a esse aspeto a associação ainda não arrancou [com esse trabalho].

 

P.M. Diria que é uma comunidade que se adaptou a Macau?

A.C. – Sim, perfeitamente. Temos são-tomenses com filhos nascidos cá  em Macau, quer com chineses, quer com portugueses ou com são-tomenses.

 

P.M. E quando nasceu a Associação dos São-tomenses e Amigos de São Tomé e Príncipe Macau-China?

A.C. – A associação nasceu nos anos 90 entre os são-tomenses residentes em Macau. Uns eram estudantes, outros não, mas nunca foi formalizada. Fazíamos pequenos encontros em casa dos são-tomenses, sobretudo na minha casa. Depois isto evoluiu e começámos a fazer algumas atividades com o Governo de Macau, nomeadamente com o IACM (Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais). Começámos a preparar outras atividades, além das nossas próprias, além dos nossos convívios. Isto evoluiu e, em 2008, formalizámos a Associação dos São-tomenses e amigos de São Tomé e Príncipe Macau-China. A partir daí melhorámos as nossas atividades e começámos a fazer mais coisas com o Governo. A Lusofonia é uma das grandes atividades anuais. Temos outras, como a Festa da Independência, a comemoração da Páscoa e a partir de 2008 também começámos a celebrar o aniversario da formalização da nossa associação.

Além disso, a nossa associação tem também uma sede cedida pelo Governo de Macau, onde estão disponíveis muitas informações sobre o país. Quem tiver disponibilidade ou quiser visitar a sede, pode fazê-lo, só precisa de contactar comigo e podemos visitar o espaço. Teremos todo o gosto em conduzir os convidados e mostrar o que temos.

 

P.M. Nota interesse por parte da comunidade local em São Tomé e Príncipe e nos são-tomenses?

A.C. – Sim, existe, embora pessoalmente acredite que a comunidade local só pode ter interesse se nós – os são-tomenses – tivermos capacidade para mostrar … porque muitas vezes é preciso dar o primeiro passo e dizer às outras comunidades que São Tomé tem uma representação em Macau, que há uma associação que divulga a cultura de São Tomé e Principe. A partir daí, as outras comunidades, vendo ou ouvindo toda essa informação, pode aumentar o interesse. Não acredito que o interesse exista sem qualquer atividade da associação.

 

P.M. O que vão apresentar para a edição deste ano da Festa da Lusofonia?

A.C. – Vamos ter uma banda com músicas tradicionais de São Tomé e Príncipe, que não se vê em Macau e portanto vamos ver se o público de Macau fica a gostar da nossa música. Temos naturalmente um prato tradicional que vai ser confecionado por uma são-tomense e pouco mais. Apresentamos petiscos de São Tomé e Principe, teremos o nosso expositor na Taipa e pouco mais.

 

Catarina Domingues 

 

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