Oito pessoas foram executadas na China por “atentados terroristas relacionados com o conflito na região do Xinjiang (noroeste), incluindo o atentado suicida na Praça de Tiananmen, em Pequim, informou a Xinhua, sem indicar quando foram levadas a cabo as execuções.
Os crimes dizem respeito a cinco casos relacionados com Xinjiang, incluindo o “atentado terrorista” na Praça de Tiananmen, de acordo com um despacho da agência oficial chinesa, que cita o departamento de comunicação da Região Autónoma Uigur do Xinjiang.
Entre os executados figuram Huseyin Guxur, Yusup Wherniyaz e Yusup Ehmet, três cidadãos do Xinjiang condenados à morte a 16 de junho por “organizar e dirigir um grupo terrorista e colocar em perigo a segurança pública” com o atentado no coração de Pequim, a 28 de outubro de 2013.
Segundo a polícia chinesa, três uigures do Xinjiang conduziram um veículo carregado com botijas de gás contra a entrada da Cidade Proibida, num ataque que causou a morte a duas pessoas, bem como aos três ocupantes do veículo, e 40 feridos.
Os restantes cinco executados estiveram envolvidos em vários ataques no Xinjiang, segundo a Xinhua, como o assalto a uma esquadra na localidade de Aksu ou o assassínio de funcionários governamentais em Hotan.
Além disso, o Supremo Tribunal daquela região de maioria muçulmana do noroeste do país declarou-os culpados designadamente do fabrico, transporte e armazenamento de explosivos e de organizarem e dirigirem uma organização terrorista.
A atual “campanha antiterrorista” foi desencadeada na sequência do atentado suicida de 22 de maio num mercado de Urumqi, capital do Xinjiang, que fez 43 mortos.
Xinjiang é um território quase 17 vezes maior que Portugal e apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, que confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.
Os uigures, etnia de religião muçulmana e cultura turcófona, constituem 46% da população de Xinjiang, mas há cerca de meio século ultrapassavam os dois terços.
Entretanto, milhares de famílias han, a principal etnia da China, começaram a radicar-se em Xinjiang, e hoje constituem já cerca de 40% da sua população. Na capital, Urumqi, ultrapassaram mesmo os uigures.