DILMA E MARINA TROCAM ACUSAÇÕES

por Arsenio Reis

 

A atual Presidente brasileira, Dilma Rousseff, acusou Marina Silva de “falta de experiência”; esta, ripostou, dizendo que o Brasil precisa de mais do que “uma gerente”

 

A Presidente brasileira e candidata a novo mandato, Dilma Rousseff, desvalorizou esta semana as críticas de Marina Silva, que não tem “experiência administrativa”.

No seu primeiro ato público de campanha, no sábado, a candidata do Partido Socialista Brasileiro às eleições presidenciais de 5 de outubro, defendeu que o Brasil precisa de alguém com “visão estratégica” e não apenas uma “gerente”, nome utilizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), na campanha para as presidenciais de 2010, para designar Dilma Rousseff.

“Acho que o pessoal está confundindo presidente com algum rei ou rainha, que só tem a representação”, desvalorizou Dilma Rousseff, numa entrevista coletiva concedida no Palácio da Alvorada.

Só alguém que “nunca teve experiência administrativa” pode achar que “um país da complexidade do Brasil” não tem que “dar conta das obras, programas e relações políticas” que vai executando, ripostou a candidata do PT a um segundo mandato presidencial, afirmando-se mais preocupada com a sua campanha do que com o que dizem de si os seus adversários.

A intenção inicial de Marina Silva era formar o seu próprio partido para se candidatar às próximas presidenciais, mas não conseguiu reunir as 500 mil assinaturas necessárias, pelo que se filiou no PSB, que a designou vice-presidente da lista encabeçada por Eduardo Campos, cuja morte prematura acabou por a catapultar para a liderança.

Atualmente, a ex-senadora, que em 2010 obteve quase 20 por cento dos votos, surge em segundo lugar nas sondagens, atrás de Dilma Rousseff.

No seu comício inaugural, no último fim de semana, Marina Silva vincou que não rejeita uma política de alianças, mas sim “alianças inadequadas”, garantindo estar disponível para governar com “homens e mulheres de bem” de todos os partidos. Marina Silva foi mesmo mais longe, dizendo acreditar que políticos como o ex-governador José Serra, do PSDB, a apoiariam no caso de ser eleita.

“Queremos e podemos unir o Brasil, mas, para isso, é preciso dialogar. Os grupos que estão há 20 anos no poder não conseguem dialogar”, disse a candidata, referindo-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), de Dilma Rousseff, atual presidente, e Lula da Silva (2003-2010), e ao Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e que agora apresenta o senador Aécio Neves como candidato.

Para o primeiro ato público de campanha, Marina Silva escolheu uma caminhada pelo bairro popular e empobrecido de Casa Amarela, na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, governado durante anos pelo socialista Eduardo Campos, que, no dia 13, morreu num trágico acidente de avião, abrindo caminho à candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Lula da Silva.

O jornal brasileiro O Globo relatou que, à falta de tempo para refazer o material de campanha, muitos dos cartazes dispostos pelas ruas do bairro de Casa Amarela ainda tinham o nome de Marina Silva como vice, ao lado de Eduardo Campos.

O Brasil, realçou Marina Silva, precisa de mais do que um “gerente”, nome utilizado pelo PT, na campanha para as presidenciais de 2010, para designar a atual presidente e de novo candidata, Dilma Rousseff.

“O Brasil pode até precisar de um gerente, mas precisa mesmo é de quem tem visão estratégica”, frisou Marina Silva, apelando ao fim da “velha política que está a atrasar” o país.

 

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