Medicamentos fora de prazo, mal conservados e de origemn duvidosa continuam a ser vendidos nos mercados informais de Luanda.
No “Mercado dos Kwanzas”, em Luanda, o maior local de venda ilegal de medicamentos de Angola, continua de vento em popa o comércio ilícito dos fármacos, segundo uma reportagem que a Angop realizou no local.
Apesar do esforço das autoridades sanitárias e judiciais no sentido de estancar essa situação, é notório no “Mercado dos Kwanzas” e arredores bancadas abarrotadas de fármacos diversos e de diferentes origens, assim como “zungueiros” a venderem medicamentos nas ruas.
O comércio de remédios nos mercados informais tende a crescer devido ao grande número de clientes que procuram esses serviços, devido ao seu baixo preço e outros por falta de receitas médicas para adquirirem medicamentos nas farmácias.
Fármacos expirados, expostos ao sol, mal conservados, assim como de origem duvidosa são os cenários visíveis no “Mercado dos Kwanzas”, onde os vendedores anunciam em voz alta os seus produtos.
Os vendedores gabam-se de conhecer a fundo os fundamentos da medicina, devido a experiência adquirida com os anos na venda de medicamentos, por isso julgam-se capazes de receitar remédios para qualquer tipo de doença desde uma simples dor de cabeça até ao mais complicado caso de cancro.
Segundo os vendedores, continuam a insistir na venda ilegal de medicamentos por ser a única actividade que dominam e da qual retiram dinheiro para o seu sustento.
Muitos desses vendedores, num acto de grande ousadia, exercem a sua actividade à porta das farmácias, vendendo produtos mais baratos, num preço de “desconfiar”, constituindo uma concorrência desleal, com as instituições oficialmente vocacionadas para esse tipo de comércio.
Os fármacos vendidos no mercado vão desde anti-inflamatórios (ibuprofeno), passando por analgésicos (paracetamol), anti hipertensivos (captopril) e antibióticos (Amoxicilina). A Angop assistiu alguns cidadãos a comprarem medicamentos sem apresentarem qualquer prescrição médica, mesmo assim, foram prontamente atendidos e medicados pelo vendedor depois de fazer um “diagnóstico” rápido ao paciente.
No distrito urbano do Cazenga, a Angop visitou “farmácias de rua”, a operarem sem autorização das autoridades sanitárias, e ficou a saber, por intermédio dos seus funcionários, que os medicamentos são adquiridos no “Mercado dos Kwanzas” e em outras distribuidoras clandestinas.
“Eu não acompanho a compra de medicamentos, mas sei que o meu patrão tem adquirido os fármacos em armazéns ilegais localizados em Cacuaco e Hoji-ya-Henda, assim como no Mercado dos Kwanzas ”, revelou um funcionário sob anonimato.
Para se acabar essa ilegalidade, sugeriu o funcionário, deve haver maior controlo e rigor por parte da fiscalização sanitária, assim como criar-se leis mais severas para punir os infractores de forma a inibir a prática da venda ilegal de medicamentos no país.
O Governo Provincial de Luanda (GPL) proibiu, em 14 de Maio de 2009, a comercialização de medicamentos, produtos farmacêuticos e equipamentos hospitalares em locais impróprios e inadequados.
ANGOP