CHINA APOIA 10 PROJETOS LUSÓFONOS ATRAVÉS DE FUNDO DE COOPERAÇÃO

por Arsenio Reis

 

A China recebeu até agora a candidatura de 50 projetos de países lusófonos para financiamento ao abrigo do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento, dos quais dez já receberam luz verde.

 

Um total de 10 projetos da lusofonia, entre 50 que já submeteram candidatura, foram aprovados para beneficiar do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de 1000 milhões de dólares, disse ao Plataforma Macau o ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique, Aiuba Cuereneia, no final de uma visita a Pequim.

O governante moçambicano deslocou-se a Pequim na semana passada com cerca de duas dezenas de representantes de governos lusófonos para participar num seminário ministerial sobre “Globalização Económica”, organizado pelo Ministério do Comércio chinês.

Na capital chinesa, a delegação lusófona teve um encontro com responsáveis do Banco de Desenvolvimento da China, durante o qual foram “informados de que 50 projetos [de países de língua portuguesa] já foram apresentados, sendo que 10 foram aprovados para financiamento e um já começou a ser financiado”, segundo Aiuba Cuereneia.

O único projeto já a beneficiar do fundo tem lugar em Moçambique, tratando-se do parque agrícola que está a ser montado pela empresa chinesa Wanbao na região do baixo Limpopo, perto da cidade de Xai-Xai, a 200 quilómetros de Maputo. Este parque implica um investimento na ordem dos 190 milhões de dólares, tendo o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa contribuído com dez milhões de dólares.

O fundo, anunciado em 2010 pelo então primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no âmbito da 3.ª Conferência Ministerial do Fórum Macau, foi  oficialmente instituído a 26 de junho do ano passado. A primeira parcela do fundo de 1000 milhões de dólares que foi desbloqueada ascende a 125 milhões de dólares.

Promovido pelo Governo chinês e por iniciativa do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau (FDIC), o fundo foi dotado de uma verba inicial de 125 milhões de dólares. O Banco de Desenvolvimento da China entrou com 75 milhões de dólares, o FDIC com 50 milhões e o Governo de Macau com os restantes 50 milhões.

 

DEMORA JUSTIFICADA

No encontro com o Banco de Desenvolvimento da China, os governantes de todos os países lusófonos – à exceção do Brasil, que não se fez representar – fizeram “uma observação em relação à demora na análise dos projetos”, disse Aiuba Cuereneia.

“O banco justificou que há procedimentos internos, principalmente de viabilidade dos projetos que devem ser obedecidos e apelou para que os nossos países, antes de submeterem os projetos, façam um estudo sobre a sua viabilidade, para que quando as propostas cheguem ao Banco de Desenvolvimento da China não demorem muito tempo” a serem analisadas, explicou o ministro moçambicano.

Na mesma reunião, acrescentou, os países lusófonos sentiram “a abertura que a China tem para o mundo” e ficaram a conhecer “as várias oportunidades de financiamento que criou, nomeadamente fundos dirigidos principalmente a África em geral e aos países de língua portuguesa em particular”.

O fundo criado pela China e destinado aos países lusófonos privilegia o apoio à entrada de empresas chinesas nesses mercados e vice-versa.

Da dotação global do fundo, 200 milhões de dólares destinam-se a fundos de capital, enquanto os restantes 800 milhões a empréstimos e financiamento de projetos lusófonos relacionados com a construção de infraestruturas, transportes, comunicações, energia, agricultura e recursos naturais, entre outros domínios do interesse comum da China e do mundo lusófono.

A sua operação e gestão cabe ao Fundo de Desenvolvimento China-África, na dependência do Banco de Desenvolvimento da China, algo justificado com a sua “vasta experiência na gestão de investimentos”.

Para beneficiarem deste apoio, os projetos têm de se situar na China, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, apresentar prospeção de mercado positiva com potencial de crescimento rápido e estável e capacidade de gerar bom fluxo de caixa e rentabilidade financeira, bem como poder promover o desenvolvimento económico local e melhorar a qualidade de vida das populações.

 

Patrícia Neves

 

 

FÓRUM CHINA-ÁFRICA DEVERÁ REALIZAR-SE A 23 DE AGOSTO EM MAPUTO

 

O Fórum China-África, que terá lugar na capital moçambicana, deverá realizar-se no dia 23 de agosto e poderá contar com a participação da Guiné Equatorial, disse ao Plataforma Macau o ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique, Aiuba Cuereneia, no final de uma visita a Pequim, durante a qual se reuniu com as autoridades chinesas.

“Em princípio será a 23 de agosto, estamos a coordenar entre Moçambique, China e os restantes países para fechar a data do Fórum”, afirmou o governante. Moçambique pretende “conseguir conciliar a realização do Fórum com a Feira Internacional de Maputo”. “Vamos trabalhar para que isso seja possível, de modo a que os participantes possam não só participar no Fórum, mas também aproveitar a oportunidade para presenciar e participar na Feira Internacional de Maputo, que congrega os grandes homens de negócios praticamente de todo o mundo”, salientou Aiuba Cuereneia.

O ministro moçambicano disse que a “Guiné Equatorial participará provavelmente” no Fórum China-África. “Para além do trabalho que o país está a fazer para integrar a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], está sempre aberto ao exterior e acredito que um momento destes é uma oportunidade para expor as suas potencialidades e oportunidades de negócio”, sustentou.

O Fórum China-África terá como tema a Agricultura.

 

P. N.

 

 

 

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