O QUE ESTÁ POR DETRÁS DE UM NOME CHINÊS

por user.admin

Nos livros de História, aprende-se sobre os diferentes estádios por que passou o país desde a fundação da República Popular da China, em 1949 -mas também se fica a saber alguma coisa sobre os nomes chineses.

Muitas vezes, os pais chineses parecem olhar para acontecimentos importantes – ou datas históricas – como inspiração para os nomes que vão atribuir aos seus bebés: como Jian’guo, que se refere ao estabelecimento da República Popular, ou, como mais nos mais recentes populares nomes, Hexie (“sociedade harmoniosa”) e Aoyun (Olimpíadas).Mais de 960 mil pessoas partilham o nome Jian’guo, incluindo 34% que nasceram entre 1949 e 1959, segundo dados do Centro de Informação da Identidade do Cidadão Nacional. Este nome era raramente atribuído a bebés antes de 1949.

Entre 1950 e 1960 houve um aumento nos nomes chineses simbolizando a nova China e as esperanças das pessoas num país próspero, incluindo nomes como Jianhua (que tem o mesmo significado que Jianguo) e Guangqiang (“país forte”).Em complemento, cerca de 60% dos chineses com o nome Minzhu (“democracia) nasceram na década de 1950.Durante a Guerra da Coreia (1950-53), os chineses escolheram frequentemente nomes que refletissem esse conflito, e dezenas de milhares de bebés foram nomeados como Yuanchao (“ajudem o povo coreano”), Kangmei (“resistir à agressão americana “) e Weiguo (“defender o território chinês contra a agressão”).

Um total de 493 chineses que partilham o apelido Zhang tiveram como nome Yuanchao, e quase 90% nasceram nos ano 1950. Zhu De, o antigo comandante em chefe do Exército de Libertação Popular também escolheu Yuanchao como nome do seu neto mais velho.

No período da Revolução Cultural (1966-76), os pais chineses demonstraram a sua lealdade à “revolução”, ao escolherem nomes como Weihong (que significa “proteger o vermelho”), Weidong (“defender Dong”, numa referência ao Presidente Mao) e Xuenong (“aprender com os camponeses”). Alguns bebés foram mesmo chamados Wenge (“Revolução Cultural”).

O universo dos nomes tornou-se mais variado a partir de 1978, quando a China iniciou a sua política de reformas e de abertura. E desde o início da política de um filho por casal, em 1980, muitas vezes, os pais abandonaram o padrão tradicional de dois ou três carateres por nome – e começaram a usar quatro carateres.

Isto representava que eles desejavam que o nome para o seu único filho incluísse tanto o apelido do pai, como da mãe, em vez de conter apenas o nome paterno.

Um novo padrão nos nomes começou em 2001, na sequência do sucesso da China em organizar os Jogos Olímpicos de 2008, com cerca de 31 mil crianças chamadas Shen’ao (“Candidatura aos Olímpicos”) ou Aoyun (“Olimpíadas”). Em 2008, um total de 4783 bebés foram chamados Aoyun.

Mas a popularidade dos nomes associados a eventos históricos faz com que muita gente na China partilhe os mesmos nomes – especialmente quando tanta gente partilha o pequeno número de apelidos chineses.

Numa tentativa para se distinguir na multidão, um casal chinês quis que o seu filho se chamasse “@”, com a justificação que, em mandarim, o símbolo soa como “ama-o”.

 

 

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