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AMESTERDÃO, CAPITAL DA CONSTRUÇÃO 3D

Um canal de Amesterdão pode parecer o local mais improvável para mostrar ao mundo as virtudes da construção civil impressa em 3D. Nada mais errado. Quando os edifícios que bordejam os famosos canais foram erguidos, na era dourada que foi todo o século XVII nos Países Baixos, técnicas igualmente revolucionárias foram empregadas pelos arquitetos locais. Tecnologia, tradição e ecossistema tiveram de se fundir ali há 400 anos.

“Cada prédio do canal tinha diferentes funções, tais como o comércio, o armazenamento, a habitação, a manufaturação, assim como cada casa estava ornamentada de forma única”, sustentam os promotores da 3D Print Canal House, que o público pode visitar por meros 2,50 euros. Aquando da sua mais recente passagem pela Holanda, o próprio Presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu não ficar indiferente ao fenómeno.

Os promotores do projeto, o atelier DUS Architects, põem a ênfase na elimiação do desperdício. Mais até do que na ornamentação personalizada que cada quarto ou fachada permitem sempre que são impressos em 3D. Como defende Hedwig Heinsman, um dos membros do coletivo, “a indústria da construção civil é uma das mais poluentes e ineficentes”.

“A impressão 3D é um processo direto entre a matéria prima e o produto final, eliminando o desperdício. Não há custos de transporte, já que os desenhos podem ser transferidos por um arquivo digital e impressos no local. Isto também implica que quando a impressão 3D é amplamente utilizada em todo o mundo, deixará de ser mais barato ter materiais produzidos em países como a China e o Bangladesh por oposição à Holanda. Todos poderão produzir tudo no seu próprio contexto local.”

Neste canal de Amesterdão, a impressão 3D é feita com bioplástico. O granulado que abastece a Kamermaker (assim chamam à impressora, “produtora de quartos” em neerlandês) chama-se Macromelt e emprega uma cola industrial produzida pela empresa alemã Henkel. Derrete a 170 graus centígrados e 80 por cento da sua composição é óleo vegetal. Os dois grandes desafios, todavia, são incorporar outros materiais no processo, tais como a madeira e a pedra.

A 3D Print Canal House é uma aposta forte que conta com patrocinadores privados e entidades públicas: Câmara Municipal de Amesterdão, Fundo de Amesterdão para as Artes e Fundação DOEN. O projeto tem a duração de três anos, ao fim dos quais o edifício, esperam os promotores, se torne uma referência mundial enquanto alerta para as soluções futuras da habitação. Tijolos e betão para quê? Em rigor, as impressoras 3D tanto podem erguer hotéis de luxo como ser uma resposta rápida ao problema das favelas ou às situações de emergência em caso catástrofe natural.

 

J.L.M.

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